Por
onde ando levo comigo tudo que nessa vida eu construí, porém em quantidades
pequenas para que eu consiga carrega-las em uma mochila, dessas que levamos
para a praia com muitas coisas, mas em quantidades suficientes para fazer
sentido.
Coloco
a saudade dos momentos que ficaram para trás, do ano que passou, da década passada
e da minha infância, o suficiente para não esquecer que na minha personalidade
tenho um pouco de cada um que participou dos diversos tempos e espaços por onde
andei.
A
leitura que faz ir além da fantasia e da imaginação, que faz da criança, o
adulto e o ser humano que vive em mim, que é combustível para o meu trabalho.
Essa tem lugar garantido na pequena mochila.
O chimarrão tem seu cantinho na mochila. Ele
remete a minhas origens, e nele um pouco da espiritualidade de cultuar a cuia
que passa de mão em mão, entre rodas de amigos, no trabalho, na família. O chimarrão que remete a saudade de meu avô,
do meu pai, daqueles que não estão mais aqui, mas que estão no meu Eu e que
foram sustento em muitos momentos.
Ah, na
mochila não pode faltar o chinelo que remete as várias andanças nessa vida, o símbolo
das caminhadas perdidas, dos caminhos traçados, dos amores vividos e das
amizades transformadas em conversas dispersas ou em relações de reciprocas de
confidencias. Ao tempo que são suporte para o amor do presente e novas histórias
de amigos do hoje e do amanha, das conquistas que virão e das prováveis derrotas.
Nossa!
Tantas outras coisas que na mochila eu carrego, mas sem esquecer que levo de
tudo um pouco, mas o suficiente para ser Eu, sem pedir emprestado o básico, mas
sem ser arrogante. Se por acaso algo faltar na mochila, vou em busca de uma mão
na imensidão do horizonte que possa um empréstimo fazer. Assim eu levo de tudo
um pouco para apenas ser Eu.
Verão de 2015.
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